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Apresentamos alguns dos mais importantes e significativos festivais e mostras independentes que tem marcado a história da produção audiovisual brasiliense:
Em 1990, em sua 23ª edição, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro criou a Mostra Brasília, na qual eram exibidos os filmes que não participam das mostras oficiais do certame. Era uma oportunidade para o público entrar em contato com o melhor da produção cinematográfica do Distrito Federal. As sessões especiais apresentavam longas e curtas-metragens, sempre lotadas e disputadas pelo público da cidade.
A partir do ano de 2001 passa a constar no catálogo do Festival como Mostra do Filme Brasiliense. A partir de 2002, na 35ª edição do Festival, recebe oficialmente o nome Mostra Brasília gravado no catálogo. Entra assim para a programação oficial, com o codinome “Programação Paralela”.
Filmes gravados em suporte digital, vídeo, ainda não podiam participar. Era então obrigatória a sua transposição para película, como condição para aceitação pelo júri. O Cine Brasília não dispunha de projetores para filmes digitais.
No ano de 2008, o Festival abre sua tela para as produções digitais. O público agora pode assistir diretamente às produções gravadas em vídeo, como cinema digital, e projetadas a partir de seu suporte original. Desde então dezenas de filmes digitais, em vídeo, aportam ao Festival, em todas as categorias.
A Mostra Brasília é hoje uma tradição do Festival, oferecendo diversos prêmios exclusivamente aos realizadores brasilienses. Entre eles o cobiçado Troféu Câmara Legislativa.
Suas atividades se iniciam como uma mostra de filmes de curta-metragem no antigo Botiquim Blues, em 1998, e cresceram até o formato atual de um Festival, com grande espaço de reflexão e oportunidades, principalmente aos estreantes, como esclarece William Alves, coordenador: “Desde a sua primeira edição, em 1998, o Festival Taguatinga de Cinema tem como objetivo incentivar a produção cinematográfica independente, apresentando curtas-metragens de diversos estilos e formas de realização, abraçando narrativas lineares ou experimentais, poéticas ou documentais e, em especial, filmes feitos no contexto da emancipação social.”
O Festival adotou a web como ferramenta auxiliar e de grande potência para divulgar e incentivar a participação do público, e a partir de sua 10ª edição passou a disponibilizar os filmes para visualização e votação on line, numa categoria paralela à da seleção e premiação feitas pelo juri oficial, o que é uma inovação poderosa e estimulante.
O suporte digital deixa de ser um fator limitante em termos de qualidade e estética, e abre caminhos para uma maior representatividade, com um alcance de âmbito mundial. Em 2018, o Festival realiza a sua 13ª edição, com o apoio do Fundo de Arte e Cultura do GDF, aberto a participantes de todo o Brasil. Promove sempre importantes debates, além de propiciar oficinas com temas imediatamente do interesse dos produtores, do público frequentador, especialmente dos aficcionados pela sétima arte.
Mostra de vídeos realizada entre 2004 e 2008, concebida e produzida por Oziel Primo Araújo e Sofia Fernandes, com o objetivo de “abrir um espaço onde os artistas brasilienses pudessem apresentar vídeos experimentais, conceituais, ficcionais ou documentários, fossem eles antigos, atuais, guardados em gavetas, premiados, inéditos ou vistos somente pelos amigos mais íntimos”.
Os organizadores conceberam uma mostra em que não havia propriamente curadoria, mas apenas critérios de duração, de modo a caber dentro da programação semanal de aproximadamente uma hora, a cada final de mês, conforme continua nos falando Sofia Fernandes no depoimento registrado por Renata Azambuja em seu livro Artes Visuais – entre poéticas e políticas, de 2012:
“Intencionalmente, não praticávamos curadoria; a seleção dos vídeos apresentados obedecia apenas a um critério: duração de, no máximo, 10 minutos. Isso garantiu que o Ultimaquarta atraísse artistas e público, pois era um espaço de livre acesso, não burocrático, não institucional, ou seja, naquele fogão não tinha panela.”
O projeto contava com o apoio da Secretaria de Cultura do DF, através do Projeto Arte Por Toda Parte, e sempre acontecia na última quarta-feira do mês, com projeções na Sala Alberto Nepomuceno do Teatro Nacional Cláudio Santoro, às 20h. A entrada era franqueada ao público.
A enorme diversidade conceitual, técnica e de composição nas obras apresentadas permitia traçar um perfil da quantidade de caminhos percorridos pelos realizadores, e das possiblidades que o acesso às tecnologias de vídeo trouxe, tanto para a pesquisa artística quanto para a concepção documental e ficcional com a imagem eletrônica.
Mesmo evitando padrões acadêmicos, a mostra significava também um espaço aberto para a divulgação de obras dos estudantes de artes, mantendo abertas as portas aos realizadores fora desse circuito.
A experimentação foi sempre bem recebida, como uma postura política, inspirada nas obras pioneiras da videoarte, que abriram caminho em meio ao ambiente da censura no tempo da Didatura Militar, e que precisaram ainda vencer enormes limitações tecnológicas.
A provocação foi um motivador para a realização da mostra, abrindo sempre espaço para o inusitado, e apostando na fertilidade do suporte vídeo, como nos indicou Oziel Araújo, um dos organizadores do evento.
O Festival de Curtas Gate’s Pub – Cine Gate’s – aconteceu entre os anos de 2005 e 2008, em três edições. A produtora Karibu Cinema foi parceira nas duas primeiras. O evento surgiu do sonho que o produtor Rubens Carvalho alimentava de unir cinema ao ambiente descontraído e musical do pub. O objetivo era promover as obras de curta-metragem e gerar reflexão sobre o setor audiovisual, buscando o intercâmbio entre a produção local e a de outros estados. Acontecia no Gate’s Pub, conhecida casa noturna da cidade, que sempre promoveu e estimulou os músicos, DJs e bandas de Brasília, mas que manteve as portas abertas a artistas como Itamar Asumpção, Ângela Rorô e outros grandes compositores e intérpretes brasileiros.
Debates com os realizadores marcavam as sessões do Festival. A comissão julgadora era formada por estudiosos, cineastas e produtores locais. Muitos prêmios eram distribuídos nas categorias ficção, animação, documentário, experimental e de melhor curta. O clima musical do ambiente era um grande atrativo, com a vantagem de trazer o melhor da produção audiovisual do momento e abrir espaço para novos realizadores apresentarem os seus trabalhos.
O Lobo Fest chega a sua décima edição consolidado como um Festival cujo principal desafio é trazer ao público da Capital um panorama abrangente da produção cinematográfica mundial, com abertura à diversidade de formatos – desde filmes curtíssimos até longas-metragens são apresentados, além de curtas e medias-metragens. Isso atende naturalmente à produção independente e às novas experimentações audiovisuais. Desse modo, ele abre as janelas para as cinematografias fora do circuito comercial. O Festival prevê ainda a circulação em dez cidades do DF e Entorno, com no mínimo duas exibições de cada filme da mostra, tanto dos internacionais quanto dos nacionais.
Desde que foi realizado pela primeira vez, em 2008, como Festival Internacional de Filmes Curtíssimos, tem como objetivo apresentar ao público brasiliense a pluralidade das temáticas estéticas e narrativas do universo cinematográfico, em estímulo à produção local. O Festival funciona como uma janela para esses filmes, pois viabiliza a sua exibição em tela grande e possibilita o seu alcance e reconhecimento fora do ambiente virtual.
Produzido no Brasil pela Tábata Films & Entertainment, em parceria com a produtora francesa Nanosphère Productions, o Lobo Fest já exibiu, segundo a produtora e coordenadora Josiane Osório, mais de 1.700 produções, entre brasileiras e estrangeiras, para um público estimado em 38 mil pessoas. Sem contar mais 8 mil espectadores das mostras itinerantes em diversas regiões administrativas do Distrito Federal, entre os meses de abril e setembro: Núcleo Bandeirante, Taguatinga, Sobradinho, Riacho Fundo e Lago Oeste.
Além das sessões tradicionais do Festival, Narrativas Ousadas, Animamundo, Narrativas do Mundo, Curtas de Brasília e Competitiva Nacional de Curtíssimos, outras também têm sido apresentadas, como a NY Portuguese Short Film Festival, a Veias Abertas, a Do Outro Lado do Espelho, a sessão Magia e Encantamento, e ainda a MUMIA – Mostra Udigrudi Mundial de Animação.
O Projeto Lacuna pesquisa e realiza mostras de videoarte em Brasília desde 2008. Ele busca refletir sobre a linguagem da videoarte, bem como difundi-la. Reúne trabalhos de artistas locais para pensar as especificidades da produção brasiliense.
Contribuem com o Lacuna inúmeros artistas do Brasil e da América Latina. Em 2009/2010, o projeto abriu um espaço no Youtube com o Programa Lacuna, mas a iniciativa não teve continuidade, até o momento.
O projeto mantém parcerias com galerias de arte e com eventos que abrem espaço à videoarte, como o Fora d@ Eixo, a Alfinete Galeria, o Projeto Fuga.
Em 2017, com o Projeto Fuga e o Ateliê Valéria Pena-Costa, realizou a mostra temática Lacuna Proibidão de videoarte pós-pornô.
O Projeto Lacuna é idealizado pela e tem a curadoria da artista e arte-educadora Mayra Miranda.
Em 2012, Brasília foi brindada com a realização do 1º Curta Brasília – Festival de Curta-Metragem de Brasília –, com a exibição de filmes de todo o Brasil, durante quatro dias, recheados de oficinas, debates e mostras temáticas. O Festival também distribui uma grande quantidade de prêmios e troféus aos concorrentes e escolhidos pelo júri e por especialistas.
Dedicado exclusivamente ao gênero curta-metragem, o Festival abre espaço para o lançamento de livros, DVDs, e também para a apresentação de artistas de teatro, dança e música. Como o evento vem crescendo, atinge âmbito internacional e se torna referência e estímulo à cena cultural e artística local, ao estender o seu alcance a várias cidades-satélites do DF. Com forte apelo musical, o Curta Brasília mantém grande espaço para apresentação de videoclipes. E do lado de fora da sala de projeção acontecem feira de discos de vinil, apresentações de Djs, e a gastronomia criativa, que tomam conta do espaço do Cine Brasília.
Em sua 5ª edição, o Festival muda o nome para Curta Brasília – Festival Internacional de Curta-Metragem, seguindo uma vocação natural, e mantém as premiações de Júri Popular e também do Júri oficial.
Em sua sexta edição, o Festival Curta Brasília abre espaço para uma mostra universitária e lança, em parceria com o IESB, um prêmio exclusivo para os alunos dessa instituição de ensino, que oferece um curso de graduação em cinema. Tambem o ativismo político é incentivado, pelo Prêmio Provocações, entre os oferecidos por instituições locais e internacionais.
Em sua apresentação, o Curta Brasília tem como objetivo difundir, dar visibilidade e criar público para a produção curta-metragista, e ainda propiciar, além de uma oportunidade para assistir aos filmes, a experiência da convivência entre realizadores, artistas e público. O Festival assim é uma realização da Sétima Cinema, com idealização e coordenação de Ana Arruda Neiva e Alexandre Costa, com o apoio da Secretaria de Cultura do DF por meio do FAC – Fundo de Apoio à Cultura, além de diversas embaixadas e instituições privadas.